domingo, 2 de janeiro de 2022

Resenha: O tempo, o chapeleiro e o mestre.



O Chapeleiro Maluco é uma figura tão familiar que nos sentimos livres para usar seu nome em qualquer espaço. Sua imagem permaneceu viva desde a sua criação pelo fabulista e poeta Lewis Carroll, passando pelo primeiro livro de ilustrações do inglês Sir John Tenniel até a versão cinematográfica incorporada por Johnny Depp no ​​filme “Alice no país das maravilhas”, de Tim Burton.

Mas o que Lewis Carroll, amante dos enigmas, entende por "louco"? A frase  “Mad as a hatter” (louco como um chapeleiro) foi coloquial na Grã-Bretanha muito antes da criação da história por Lewis. No livro, Alice encontra o Chapeleiro extremamente perturbado em função do tempo. É, sem dúvidas, uma das histórias da literatura mundial mais surrealistas e metafóricas, e tem no chapeleiro um dos seus personagens mais intrigantes.


Uma das citações mais enigmáticas postuladas pelo chapeleiro – “Se você conhecesse o tempo como eu conheço, não falaria em desperdiça-lo como se fosse uma coisa. O tempo é um senhor.” 
Avalio que o chapeleiro não é louco, mas sua figura emblemática me proporcionou atribuir qualidades ímpares à sua personalidade. Afinal, é mais coerente em nossa sociedade de “iguais” tratar o chapeleiro como louco de que como um cidadão de bom senso.

Quando a natureza do tempo, ele continua sendo um dos maiores problemas filosóficos desde a antiguidade. Ao seu favor, ou contra a sua existência, podemos aceitá-lo ou negar a sua realidade. 
 

Thiago Santos Gomes/UFSB


terça-feira, 11 de maio de 2021

Aristóteles - reflexões sobre o problema das representações, parte 2.


Aristóteles assimilou o aspecto transformador que a matéria possui na sua existência espacial/temporal, em uma combinação de matéria e forma, onde a matéria assume uma forma de cada vez. Esse mesmo objeto, ao realizar toda sua potencialidade (estágio máximo de transformação da matéria em que se transformou em tudo que poderia ser), ela avança a um estágio que ele chama de Ato puro. Esse argumento, leva o Ato puro a assumir um papel de “motor imóvel” (estágio máximo de transformação do objeto) que move todas as outras coisas em uma espécie de hierarquia do mundo. As coisas mais nobres, portanto, atingem o “ápice” dessa hierarquia, lugar onde se fixa o Ato puro. Subordinado a ele, todos as demais coisas.
Thiago Santos Gomes









terça-feira, 2 de junho de 2020

Heráclito de Éfeso - Sobre o problema das representações

Para Heráclito, o conhecimento se dar ao desvendarmos a dinâmica das mudanças e a realidade que engloba todas elas (temporalidade/mutabilidade permanente de todas as coisas).
As ideias de Heráclito podem ser encontradas, por exemplo, na ciência enquanto busca da ordem verdadeira do mundo. É dele o aforismo “Nada é permanente, exceto a mudança”.





sábado, 9 de março de 2019

Remédios para alma


Estar melancólico é algo necessário a condição humana. A tristeza, mesmo que passageira, é um momento ímpar em que nos permite profunda reflexão e autoconhecimento – enfatizo: passageira. Àquela que consideramos uma visita e não um hóspede. Não quero aqui confundir o sentimento de tristeza com a depressão. Depressão é uma doença que precisa ser tratada. Quanto a tristeza, é preciso estarmos preparados para, vez ou outra, recebermos a visita dessa “persona non grata”. É salutar.


Durante a realização das pesquisas necessárias para aprofundar na Teoria do Conhecimento, me deparei com um aforismo que me chamou bastante a atenção: - “As palavras são um remédio para alma que sofre. ” Dizem que é de Ésquilo, um dos dramaturgos mais trágicos da Grécia antiga. Tomo-a como uma preciosidade, mas essa frase se choca com outra que atribuem a um outro importante dramaturgo grego chamado Sófocles, que diz assim:


- “Nenhum inimigo é pior do que um mal conselho. ”


Penso que tanto Ésquilo quando Sófocles tinham razão. Conselhos, se bem-intencionados, não são virtude de segunda classe. Uma palavra cálida, forte, diante de um amigo aflito, em dor, em dúvida, em desespero, é um formidável anestésico para a alma sofrida. Muitas vezes, não raro, é o remédio que cura, que tira da cama do desânimo a pessoa enferma. Quantos suicidas poderiam - e podem ser salvos se lhes aparecer diante do coração uma palavra amiga, quantos? Quantos se mataram porque foram ao desespero extremo por falta da sonoridade salvadora de uma palavra de consolo?


Muitas vezes, dentro e fora dos microcosmos que a nós são comuns, passei por poucas e boas. E são raras as lembranças de ter ouvido alguém com voz forte, de ter tido alguém que me desse umas sacudidas, de me chamar a atenção, de trazer-me de volta a razão e celebrar comigo o retorno da paz. Não me recordo. Pelo contrário, lembro dos “incendiários” que muitas vezes me mandaram pôr fogo em Roma.


Dizer que palavras não salvam e não são uma das maiores virtudes do ser humano é prerrogativa de potenciais homicidas. Quanto a dizer que palavras são remédios para alma, sim – elas são. Mas também são as mais envenenadas das flechas. Cuidado com elas... Elas salvam vidas e.... matam, como acontece com qualquer remédio mal dosado.


Email: artscritta@gmail.com




segunda-feira, 3 de julho de 2017

Sobre desconfiar dos nossos sentidos

Assim como uma gota d’água do mar, conforme disposta na fotografia através de uma análise microscópica, aquilo que a filosofia é capaz de trazer nem sempre é algo absolutamente nítido para nós, mas ela nos trás luz as grandes questões da vida, tais como: “Quem sou eu?”, “O que é a vida?”, “Qual a origem do mal”, “O que é Deus?”, dentre tantas outras questões que parecem não ter soluções definitivas. Destarte, é salutar que as pessoas procurem tem algum tipo de filosofia no sentido de uma visão da vida.

Thiago Santos Gomes/UFSB

domingo, 2 de julho de 2017

Reflexão sobre Enigmas


Dentre diversos assuntos pertinentes a existência humana, a morte é um dos maiores enigmas da humanidade. Sócrates, por exemplo, definiu a filosofia como sendo a preparação para a morte. Uma vez que para Platão, a morte seria a libertação da alma que se encontra encarcerada dentro de um corpo.

As reflexões sobre a morte de Sócrates e Platão não são unânimes na filosofia. Os filósofos contemporâneos se divergem sobre o tema. Para alguns deles, a morte é o fim total do homem (niilistas); para os filósofos não niilistas afirmam que a morte não é o fim total do homem. O fato é que o exercício de refletir sobre o significado da morte é condição indispensável para se compreender o próprio sentido da vida.

Thiago Santos Gomes/UFSB



Entrada do cemitério de Porto Seguro/BA


quarta-feira, 28 de junho de 2017

Resenha: O tempo, o chapeleiro e o mestre.

O  Chapeleiro Maluco é uma figura tão familiar que nos sentimos livres para usar seu nome em qualquer espaço. Sua imagem permaneceu v...